segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

alimente seus impulsos cognitivos


Mesmo tendo dedicado inteiramente o fim de semana aos zumbis, vi dois filmes de gênero distinto que valem cada minuto de suas durações.

“Cisne Negro” e o documentário “Alô Alô Teresinha”!

O novo de Darren Aronofsky segue sua linha anticonvencional e é um tratado sobre os limites da obsessão. O filme é festejado por seu possível papel na festa do Oscar, mas preferi assisti-lo sem sequer saber do que se tratava – insisto em me permitir essas raras surpresas - com exceção do fato de se tratar da história de uma bailarina e o “lago do cisne” (daí o título!)!

O filme possui uma direção brilhante (a forma como ele conta a história e mistura a “realidade” do filme e a ficção da obra encenada pela personagem), segura e sensível. Parabéns pra obra!

O doc. “Alô Alô Teresinha”, teoricamente sobre Abelardo Barbosa o “Chacrinha”, engana e é muito mais sobre as “Chacretes” (personagens tão, e às vezes, mais interessantes que o “velho guerreiro”) e apresenta declarações polêmicas sobre a vida “prostituta” das mesmas. Surpreendente! Mulheres belíssimas, mas seduzidas pelas facilidades da beleza e enganadas pela força do tempo!

O que dizer de um ex-calouro – e que passou boa parte da vida sinceramente frustado e amargurado por levar uma “buzinada”, rebatizado por todos de Almir "FonFon" - chamar na lata e cheio de revolta, Roberto Carlos de “um bosta”?
Meio bizarro é também ver cantores pagando mico, cantando à "capela" sucessos que embalaram a época. Ridículo! Me lembrou Borat!
O final, a "Índia Potira" completamente nua no meio do dia e de sua cidade na fonte de água. Junto com isso, o triste olhar lacrimoso do palhaço "Russo" e sua subida na ladeira, que contrapõe todo sucesso que um dia todos - chacretes e ele mesmo - gozaram, ao mesmo tempo que simboliza o efêmero momento dos "olhares" da mídia, que se não bem aproveitados, tornam-se o maior conflito existencial do artista.

Pra dizer o mínimo: obrigatoriamente melancólico!

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