sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

simples?


Sempre fui fã de filmes!

Quando estudava no Diocesano, lembro que os padres promoviam umas festas (que hoje não consigo lembrar os motivos) nas noites de sábado, e eu e meus irmãos aproveitávamos pra desenvolver nosso precioso senso estético (claro que por causa das meninas!) com roupas bacanas compradas com muita dificuldade por nossos pais nas primeiras “boutiques” da cidade!

Eram festas que acabavam bem cedo, por volta das 9h da noite, e aí voltávamos para casa, claro pra ver TV, e sempre chegávamos na hora do filme depois da novela das 8.

Daí alimentei minha paixão por cinema.

Tempos depois, ainda adolescente, comecei a tentar os difíceis, adultos e incompreensíveis (pelo menos para mim àquela altura) clássicos europeus, filmes mais contemplativos e cerebrais.

Uma merda, né? Tá lá o menino querendo saber só de diversão, rir, ver explosões, efeitos visuais, mulher nua (isso merece texto exclusivo porque vcs não vão acreditar nas besteiras leves que espiávamos para punhetar... êta inocência!) e alguma coisa dentro dele o obrigava a encarar coisas que ele nem sequer entendia... Ai amiga, que chato isso!

Mas acredito que era porque eu estava destinado a isso. Juro entender que “cada um é para o que nasce”. Óbvio que facilita conviver com o fácil e compreensível, e isso é gostoso mesmo. E também acho prepotente querer descer goela abaixo o exercício autoral de uma intenção mais profunda de um artista qualquer.

O que quero dizer é que algumas pessoas são mais dispostas a conviver com a narrativa tradicional por sua natural falta de complexidade!

Acabei de assistir esse “Beginners” (título original), e o melhor foi por ter me sentido lá no começo, quando me dispus a ver coisas estranhas, rebuscadas e incomuns. Foi muito agradável!

O Filme é bem simples e muito poético. Fala da solidão por escolha ou medo se chocando com a agradável sensação do dividir (a cena da mesa de madeira de 4 lugares no meio da casa na hora do jantar com 2 pessoas mostra essa beleza!), tem uma narrativa lenta porém coesa, agradável e não cansa, bonitas cenas de cotidiano. Uma daquelas poesias diferentes, mas que arrancam a admiração depois de lida (ou vista).

A maneira como o protagonista descreve o tempo, usando vídeos e fotos, profere uma inteligência simples, muito simples, mas vigorosa. Afinal, como não podemos nos lembrar quando Harvey Milk morreu, ou quando foi criado o “Chicken Mcnuggets”, ou até mesmo quando Britney Spears foi a pessoa mais “googada” do planeta?

Um filme esplêndido de amor, humano, cheio de receios e mortalidade, numa história que acontece com qualquer um quer amar mesmo sem poder, por motivos que não ouso sugerir, porque eles pertencem somente a você.

Ontem experimentei a última dica da Isabela (O Garoto da Bicicleta) e percebi como ela sabe o que são coisas simples, diante do que ela escreveu sobre esse outro filme.

FIM?

- O que vai acontecer agora? (Ele)

- Eu não sei! (Ela)

- Como isso vai dar certo? (Ele)...

Tela negra com a palavra: BEGINNERS.

Dizem que as coisas mais belas são as mais simples! E essa é a desvantagem de insistir em ver as coisas fáceis!

A simplicidade é difícil.

2 comentários:

mariela disse...

Humm, parece ser bom... Pretendo assistir.

henrique disse...

Mariela, não espere e veja!