segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Debaixo da máscara - carta para Lorena

Oi Lorena Azevedo
Primeira grande disfunção da vida: somos o que acham a respeito e não o que pensamos que somos!
Podia terminar meu valoroso recado a você dessa forma... Mas segue...
Acabei de me olhar no espelho e percebi que vou demorar bastante pra ficar careca; descobri um pouco mais sobre a obsessão de Luthor e entendi suas motivações – Como alguém pode ser chamado de super-homem sendo alienígena? E se um dia ele quisesse ser o mestre supremo da terra, quem vai impedir? – ouvi uma carta-canção de um cara apaixonado, endereçado a uma lésbica e morri de rir; lembrei de “I Love the unknow” e vi quanto disposição pra ser diferente existe no mundo (e o que é melhor, tbm vi quanto espaço existe pra isso); descobri várias bandas bacanas meeeeesmo e que vou dividir com você nesse espaço; na rua, vi uma outdoor de merda que usa (quer dizer, tenta) da figura de “inflexão” da palavra que acabei de usar – meeeeesmo – escrevendo “muiiiiiiiito” (que merda de palavra é essa?), quando na verdade o imbecil do publicitário deveria por “muuuuuuuuito”;  liguei porque senti saudade do Beto e pra lhe oferecer o novo do Alex de La Iglesia chamado “Balada de amor e ódio” (watchmen + Batman + sheaskepeare + Stephen King); vou tocar próximo sábado fora de Teresina com boas oportunidades de fazer exatamente o que quero (sem contar que já faço isso onde quiser!); estudei as mudanças sociais da mulher a partir do séc. XVIII, e percebi que se os homens fossem um pouco mais tolerantes ao conhecimento muitas delas estariam felizes por aí (que não é o caso de algumas...hahahaha!); estou “(re)contaminado” com minha “febre zumbi”; recebi uma mensagem do Marquim; vou fazer o vídeo clip da banda; dormi com o Enzo; achei o carregador da minha câmera; lavei roupa; quis (e quero) mudar o mundo com minha força, mas fiquei parado por causa da minha sabedoria, e só mudei o que tava ao alcance da minha mão e da minha voz; quero fazer meu filme e não sei se faço comédia, romance ou terror; sou um artista nordestino e não tenho nenhum problema com isso; fiz alguém feliz (eu acho) na possibilidade de fazer outro infeliz; minhas roupas não estão apertadas e eu gosto delas; é indiscutível: todos são iguais e poucos são diferentes; tento não ser “todos”; pergunto a poucos “quanto vale um pensamento seu?” por medo de decepção aguda ou por mera falta de interesse mesmo; e assim tem sido!
E é assim que vou definhando. Escolhi me consumir dessa forma! Doravante, não posso esperar que todos escolham algo do gênero ou com essas diretrizes. Só posso torcer que as pessoas findem da melhor maneira que lhes for conveniente.
Moça, agradeço aos tubos sua atenção ao programa, fico contente com sua visita e quero que continue sempre me visitando, mas não posso ceder ao seu pedido.
Mais afeiçoado fico com sua preocupação sobre como utilizar esse espaço. Pessoas com sua altivez é que fazem me importar e dedicar meu tempo!
Não devo excluir o que me desagrada (até pq muitas vezes nem entendo!) e peço que não se incomodem com isso! Reforço isso porque considero aqui um lugar muito pessoal! Meu confessionário nível 1!
De alguma forma, sinto que as pessoas também vêm aqui pra saber sim da minha vida pessoal! Quem me conhece, sabe que aqui é “puro eu”!
Vou me manter assim, ta? É assim que tem que ser!
Além do mais, sei quando o “sorriso apodrece... cedo ou tarde o cheiro vem à tona”!
Saiba quando o rosto se confunde com a máscara... quando o discreto vira rapinagem! 
Bem... Termino assim... Fazia tempo que não lia nada acachapante! Nada tão sinceramente verdadeiro quando se fala na humanidade. Divido com vocês, primeiro pra que entendam o que me faz enxergar o que vejo, e segundo... foda-se quem achar diferente!
“E quem somos? Indivíduos de muitas caras. Virtuosos e pecadores, oscilando entre a transigência e a transgressão. Em público, civilizados. No privado, sacanas. Na rua. Liberados; em casa, machistas. Ora permissivos, ora autoritários. Severos com os transgressores que não conhecemos, porém indulgentes com os nossos, os da família. Ferozes com os erros dos outros, condescendentes com os próprios. Em grupo, politicamente corretos, porém racistas em segredo. Fora, entusiastas dos “direitos humanos”, mas, cá dentro, a favor da pena de morte. Amigos de gays, mas homofóbicos. Finos para “uso externo” e grossos para o interno. Exigentes na cobrança de direitos, mas relapsos no cumprimento dos deveres. Somos velhos e moços, nacionalistas e internacionalistas, cosmopolitas e provincianos, divididos entre a integração e a preservação de nossas múltiplas identidades. Na intimidade, miramos nossas contradições. Resta saber se gostamos do que vemos.” Mary Del Priore
Lembra lá no começo? Eu poderia ter parado ali mesmo, né?
bjs

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