quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pensei que fosse sua essa canção


Inseparadamente amorosos. Era assim que podíamos classificar os dois.

O ar confiante dele encontrava abrigo na casualidade esperta dela! Se ela não sabia a direção da nova costureira que ficava num bairro fora de sua “jurisdição”, ele apontava direitinho, quase sempre acompanhado de um comentário mordaz do tipo “rapazinho que conhece coisas!”. Quando ela oferecia suco de caju, já emendava “sei que você vai ficar sem cagar uns três dias... aahh, logo você”.

Até quando estava de saquinho e falava que “não poderia não estar rodeado de ninguém” (?????????), ela percebia o ato falho e ria, provocando a fúria invisível do “ninguém poderia estar ao meu redor” que ele não conseguiu expelir!

Até sem sentido, as coisas faziam sentido pros dois!

Era notória a paixão entre eles. Sexo sem vencimento. Contas divididas. Troca preventiva de perfumes. Noites sem dormir. Pouco ou nenhum plano pro futuro incerto. Banhos a céu aberto. E uma convivência pacífica compartilhando um ideário de existência quase unitária.

- Estranho a gente perceber que pode passar o resto da vida com alguém! Porra... tem um mundo completamente inexplorado! Sempre vai ter...

- Humpf... Cê ta falando... da gente? De mim?

- Talvez! Você vê alguém ao redor que eu posso passar o resto da minha vida? Tipo... Ei você aí que nem me conhece, quer passar sua vida comigo? Claro que é você, sua cavalinha!

- Como será que as pessoas fazem essa escolha ou sabe a hora? Tanta gente já passou pela tua vida e pela minha! Como é que podemos saber se a gente deixou alguém passar?

- Não acho que tem a ver com escolha ou deixar alguém passar. Só penso que você é bem filha da puta e poderia me deixar como estava por mais algum tempo!

Ela dá um sorriso grandioso. Daqueles que a boca expressa toda satisfação do riso. Joga-se contra o corpo dele que já falava quase absorvendo o inevitável e só respondendo com movimentos “monossilábicos”. Ela diz: “Não tem mais jeito!”.

...

Alguns (ou muitos) dias sem ela.

Era um dia daqueles que você tinha certeza que nada de especial poderia acontecer. Tudo seguindo o ritmo normal do cotidiano.

E quando tudo parecia ser mais do mesmo, chegou um embrulho curioso! Daqueles que foi cuidadosamente providenciado para não embaraçar o mensageiro...

Eram flores! Flores numa manhã morna que repentinamente confunde temperaturas e fica fria de saudade e quente de esperança!

Junto com as flores a letra de uma canção! Tinha que ser a canção dela quando lembrava dele, pensou, e portanto tinha que ser a música dos dois! Pior dessa certeza era que ele também pensava nela quando a ouvia. Não fora escrita a mão, mas ainda assim, ardilosamente calculada pra causar impacto, por se fazer entender que construir aquilo demandou tempo e vontade. Em outras palavras, ela ainda passava muitas horas do dia pensando nele!

Ele sabia que nos próximos momentos ficaria difícil saber no que se consolar, no que se agarrar. Lembrou-se das promessas que não pôde cumprir e que elas não prosperaram muito mais pelo colapso do que pela vontade de cumpri-las, das fugas que não pôde executar, sentiu a mesma falta de ar que se confundia dentro da distância das pequenas brigas e das oportunidades ilícitas que se transformavam em sonhos irrecuperáveis...

Calou a boca e os sentidos!

...

- Oi!

- ...

- OOII!

- Olá!

- Você sabe que sou eu, né?

- Huuummm... É... Sei.

- Só pra saber se tá tudo bem! Queria te ver também! Tempo, hein?

- Tá normal por aqui! Acho que também por aí! Que tal?

Se encontraram e ele finalmente pôde lhe confessar que tinha recebido flores e que passou por um interminável ano, 2 meses e 10 dias pensando terem sido enviadas por ela, quando na verdade outra garota, não tão charmosa mas igualmente apaixonante como ela, tinha lhe enviado achando ser ele alguém com quem ela passaria o resto de sua vida!

Os dois continuam sem saber com quem passarão o resto de suas vidas... apesar de estarem acompanhados!

5 comentários:

Anônimo disse...

talvez alguém saiba.

henrique disse...

vim aqui só pra reclamar que ngm opinou sobre o filme! Tomo então a liberdade de achar que se ngm falou devo continuar no mesmo modos operandi?

Emma disse...

Não saber o fim, não tira o charme do caminho. Dividir o mérito da escolha é a melhor conquista.

Polliana disse...

Oi Henrique, juro pra vc que eu gostaria de fazer algum comentário sobre o filme, mas ontem passei hoooooooras pra baixar o filme pelo link q vc disponibilizou e para depois descobrir q o windows media player do meu pc não reconhece! tentei baixar alguns programas mas mesmo assim não deu certo! vc tem alguma sugestão pra mim? pq eu já esgotei toda a minha paciência e é pq paciência é o meu segundo nome!!!!!!!rsrs
bjos

henrioque disse...

minha querida PP (Polliana Paciente), se vc encontrou problemas em baixar o filme, posso compartilhar o meu com vc... desculpa a demora da resposta, mas qualquer coisa é só me notificar através do ameorock@hotmail.com!
abraços