terça-feira, 1 de janeiro de 2013

"tem GENTE pra tudo"


Ouvi acidentalmente uma expressão que de tão simples ela sempre me passou reto! Aí começa...

Significado de expressões do dicionário informal da minha mente: "Tem gente pra tudo": expressão coloquial pra expressar opostos filosóficos, comportamentais e geralmente usada numa apreciação preconceituosa indicando essas diferenças; exclamação de surpresa ou escárnio. Expressão por vezes com tom reacionário que indica experiências opostas.

Vivo constantemente discutindo com meus sentidos sobre o que achar dos meus pares! Mantenho na superfície uma atitude positiva e esperançosa, mas lá no fundinho bem profundo da minha razão, sei que desisti!

Difícil encarar isso?

Muito! 

Só pra vocês terem uma idéia mantenho um sorriso despretensioso e parcialmente amarelo no rosto, guardado como uma 'saída de emergência' secreta e saúdo todos sem distinção com a minha melhor alegria alegria de Caetano.

Pois bem, momentos findos de mais uma passagem ritualística e tudo repentinamente se torna contemplativo  seja de forma externa (mas principalmente) ou interna. Essa força que rege (e faz reagir) todos a procurarem o melhor caminho; força que retumba em todas as ações cometidas; força que cria uma balança imaginária pra medir o peso dos sins ou nãos que soaram pela sua garganta! Sim, pois no final tudo são os sins e nãos!

A (aparente) verdade é que existe só uma verdade: sem uma boa dose de insistência e aplicações paquidérmicas de otimismo... Desista! Pois tem 'gente pra tudo'.

Digo imediatamente pra vcs que eu já desisti sem nem mesmo perceber! Claro que vou enganar e me esquivar por uma booooa parte do tempo da minha vida! 

Mas saibam que não sou idiota pra me resguardar desse efeito incontrolável que inclusive VOCÊ pode causar (ou causou) em mim!

Vamos lá: Até em que medida um "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite" pode ser usado com um completo desconhecido? Ou (essa é pra nós brasileiros) por quê o azul, vermelho e branco é mais fashionista que o verde, amarelo e branco? Quanto vale a pena correr esses riscos: dizer indiscriminadamente um cumprimento ou estampar cores primárias na proa da sua nau?

"Tem gente pra tudo" é o caralho... Já te faleeeei!!!! 

Quantas vezes você já se pegou olhando pra alguém que gosta pensando "que merda ela (e) tá fazendo?"

Veja só. A pouco eu testemunhei uma negra quase agredir uma idosa numa fila de sorvete (imagina só a capacidade armamentista de alguém que está numa fila de sorvete e ter energia pra agredir outra pessoa... já é uma filha da puta por natureza... natural born killer).

Calma... Não me meti! Mas falta de propriedade é que não me faltou! Digo...

(E que qualquer entidade de proteção à minoria desprotegida que me perdoe ou que me prenda!)

A cunhã, que imagino eu, acabou de sair da linha de pobreza, emergencialmente emergente (e não estou levando em consideração a cútis alheia, pois ignorância não ataca preferencialmente ninguém levando em conta cor da pele, orientação sexual, idade ou credo), e que pareceu pela atitude, viver num estado permanente de patrulhamento étnico, gritou despautérios contra uma senhora que parecia sofrer de algum distúrbio psicomotor e se não bastasse, num dado momento, ameaçou agressão!

Tu me acredita que ela teve a petulância de indagar que se a véia não tivesse condições de sair que ficasse em casa? Agora... Esse tipo de indagação vindo de uma mulher com cara de mal fudida que provavelmente fica se entorpecendo a noite toda com novela das 8, quando não está com algum 'vestido de gala' (providenciado pela produção) acompanhando alguma amiga no DNA do Ratinho. 

Tá bom... Vamos criar um mundo, uma redoma não azul, mas prateada, praquela jumenta sem mãe, versão deluxe, sem desvalidos, idosos, iliterados, loucos, doentes, esquizofrênicos, ladrões, recalcados, sem noção, pessoas com halitose, etc.

Sim, porque todas essas pessoas devem ser terroristas em potencial que vão atacar em qualquer fila espalhadas por aí a minha beleza olímpica que não desejou ser incomodada porque eu não cheguei a tempo do meu trabalho enfadonho pra fazer minha análise de política internacional sobre tráfico humano acompanhando folhetim! Tenha dó!!!!

Mal fudida sim!!! Nem vem me dizer que não é a coisa mais fácil do mundo sentir a qualidade da flagrância de uma mulher 'malcolm'(ida)!

Filha... Mesmo que a velhinha seja uma daquelas nazistas que se refugiou na América do Sul feito o Mengelle, não venha me dizer que você é um daqueles anjos vigandores agindo por meios misteriosos numa fila de sorveteria! Primeiro que a beldade não tinha condições nem de preencher o caderno de caligrafia do programa estadual para Educação de Jovens Adultos, visto a falta de 'eses' nas palavras que a donzela esparramava nos desprevenidos ouvidos presentes!

Tava querendo arrotar grandeza e mostrar pulso? Sofreu bastante na vida com 'gente' lhe desrespeitando e decidiu descontar numa velha gagá completamente descompensada? Poxa, quanta força você tem!!!!!!

Não... E na cabeça dela, tenho certeza que ela estava fincando a bandeira do progresso no terreno do auto-respeito e da estima.

Eu digo o tempo todo pra mim que a experiência já me disse o suficiente! Eu que de bobo insisto que tem jeito!

"Não dá moço! Desista!"

Mas vem aí uma nova etapa. Todos felizes e ansiosos por novas oportunidades e pela chance de estabelecer anseios do tempo que passou. E sabe? Temos que manter a aparência sim e esquecer a incompetência.

Os trezentos e poucos dias que passaram... Nem lembro direito tudo que aconteceu ou todos que encontrei! Precisei por o ano nas datas dos shows nos cartazes pra um dia poder lembrar que aconteceram em 2012; lembro das vezes que quase me separei, mas nem me lembro de todas, porque por mais maluco de raiva que estivesse, nunca levei a sério ou adiante o plano de me separar porque sabia que era amor; conheci um disco do Gin Blossons de 2010; lembrei que uma antiga namorada cozinhava bem; presenciei a humildade vindo de onde eu menos esperava; nem tive tempo de conhecer e já me decepcionei; entrevistei o Marcelo Jeneci; continuei ouvindo algumas músicas só pra saber que nunca vou parar de ouvi-las; chorei de amor; transei pá caralho (sem promíscuidade); recebi muitos cumprimentos na rua por causa do programa na TV; aprendi a gostar de SLZ; fiz alguns shows muito ruins; outros excitantes; insiti e persisti; quis desitir; fiquei puto com pessoas próximas; deixei uma menina meter seu dedo em mim; recebi fotos privadas e confidenciais como prova de amor; continuei romântico; disse várias vezes 'eu te amo'... Mas principalmente, olhei, olhei e observei...

Meu caro... Vou desistir... Gostei pouco do que vi. Porque pra sentir tem que ver primeiro. "Meu Deus", penso eu, "como pode existir a expressão 'pagar pra ver' se muito do que vi não vale naaaadaaaaa"? 

Que fique bem claro que às vezes até posso me sentir meio herói das boas intenções, mas na maioria das vezes, o máximo que tenho certeza que posso ser é um daqueles anti-heróis que sempre se fodem no final... E eu sei... É esse meu destino!

Digo isso porque não quero parecer o 'ser que vai contra a natureza das coisas'. Já disse antes (e sempre) que sou cheio de defeitos. Alguns graves (mas nem tanto!) e outros tão pequenos que são difíceis de enxergar. Sinto até mesmo que se oportunizar uma discussão, meu oponente vai querer cuidar de mim e da minha sofreguidão!

Mas bem, quando finda os doze meses, será que pra todos vai ser assim até o dia da morte? Esperando sempre o 2014, 2015, 2022, 2056 e... Arriscando que o muito ou pouco que se fez vai servir na vida de alguém que mora perto da estação de trem em Bruxelas, como exercício do 'efeito borboleta'?

Provavelmente o futuro sempre seja se aborrecer por causa de algum idiota ou por alguma idiotice coletiva (e vamo combinar que burrice generalizada e em grupo tá na moda, hein?), mas que tal manter intacta nossa generosidade e otimismo.

Claro! Vamos fazer isso!

Acreditar que todos os projetos ou projeto de projetos irão funcionar. Genteeee... Não dá pra ser diferente e reescrever essa novela da vida urbana ou campestre.

Estenda a mão ou devolva a palavra a quem não necessariamente invoca os mesmos deuses que você. Mas dê de volta o mínimo de respeito que gostaria de receber de quem por ventura possa não compartilhar a mesma 'gentice' que você possui.

Sei que esse pedido é em vão, mas vou aqui fazendo as vezes de quem acredita que vai dar certo! Sei que não vai... Mas escrever não me custa muito!

Vamos adimitir, por um impossível segundo no mundo real, que amanhã, de repente, não vai haver mais aquela pessoa espaçosa e retardada caminhando na calçada logo a sua frente, aquele bon vivant com um som na maior altura compensando sua falta de masculinidade, algum burocrata viciado empatando o andamento do jogo, que não haverá mais aquela peça defeituosa na engrenagem do seu trabalho, que as vicissitudes dos seus amigos serão minimizadas, que o amor se sacia pacificamente, e que principalmente, se possa falar tudo que se pensa.

Como assim 'falar tudo que se pensa'? Já parou pra pensar que muita gente aqui causa todo tipo de problema exatamente porque pensa que pode falar tudo que pensa?

Aquela 'sinhorinha' que atacou a velha? Ela não foi abusada exatamente porque achava que tinha condições de dizer o que pensa?

Vamo deixar como tá, né?

Vamos nos agarrar nas esperanças que os rituais nos trazem, vamos acreditar que o que nos faz 'gente' é o polegar opositor!

Afinal, tem gente pra tudo! Eu, você e eles!

Mas curioso, é que, o tal do 'polegar' que nos diferencia das feras, é exatamente aquele que exprime a pequeneza comparativa das coisas: "do tamanho de um polegar"! 

"O polegar que te eleva é o mesmo que serve pra medir a humanidade"

Um abraço e votos que tudo dê certo ou errado na medida certa

Ass (como a foto indica):

Henrique, o homem do outro dedo

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei saber que voce voltou a escrever!