segunda-feira, 6 de junho de 2011

telepatia marciana

Enquanto escrevia o texto "homens de marte" recebi um e-m muito especial.

Parece ter sido uma resposta inconsciente assim como são as coisas do amor! Fringe...

Compartilho então o que acho pequenas respostas pra eventuais perguntas!

"Eu não tenho o menor saco pra bajulação. Papo sério. Se tem uma coisa que eu acho chata e difícil de lidar é com caras que metem na cabeça que eu sou uma pessoa maravilhosa, que estão apaixonados por mim e que querem ter qualquer coisa comigo. Eu me sinto lisonjeada, claro, mas não sei o que fazer com as ligações, com os convites, com as declarações. Fico sem jeito, acho injusto não gostar de quem gosta de mim. Eu fico numa agonia louca. E geralmente eu dou com a lingua nos dentes e sou até meio grossa. Não dá. Não consigo me forçar a ter casinho com quem não me desperta interesse. Sou muito de pele. Tão ucraniana quanto Clarice, toca ou não toca. Não sei tirar proveito de caras que estão interessados em mim. E olha, tá assim de mulher fazendo isso no mundo. Sério. Por conveniência, por ter alguém pra jantar, pra ir no cinema, pra não parecer sozinha. Eu não to nem aí se acham que eu to sozinha e ninguém me quer. Não to nem aí se eu não for a pessoa mais cheia de admiradores do mundo. Principalmente se quem me admira mal me conhece.

Só que de vez em quando um cara muito bacana aparece. Liga, manda mensagem, diz que quer sair comigo. Um cara educado, gentil, que quer me conhecer melhor. Aquele cara geralmente tá na lista B, uma lista de homens que eu admiro, que eu acho bacanas, mas que eu não me envolveira. Loucura? Sinceridade. Aí lá vou eu. Dou uma chance.

Saimos, conversamos e o cara é incrivel mesmo. O cara é o que todas as mulheres desejariam pro resto da vida. Atencioso, lê o que eu escrevo, inteligente, interessante. E entre um zilhão de caipifrutas de todos os sabores da galáxia ele me rouba um beijo. E eu não tenho um arrepio sequer. É péssimo. É triste. É horrendo. É horripilante.

Porque eu tolero um monte de coisa.Tolero uns assuntinhos bestas, tolero um pouquinho de falta de educação. Tolero um pouquinho de machismo. Mas a falta de arrepio, a falta de química é intolerável. Meu corpo então rejeita. E eu vou pra casa me sentindo a pior das criaturas humanas.

Vou pra casa e ainda meio embriagada de vodka sinto vontade de ligar pro cafajeste que não vale um vintenzinho. E ligo. E xingo. Ele provavelmente fica sem entender nada, mas ainda assim ri. Ele sabe o que provoca, sabe do que é capaz. Sabe que nem toda a filosofia, todo o conhecimento politico do universo, nem toda a educação, nem todo o bom gosto musical, conseguem desativar do meu cérebro o interesse e a atração física maluca que sinto por ele.

E eu fico louca de ódio. E eu fico com uma raiva tremenda. Por que será que esse negócio de pele mexe tanto com a gente? Vamos ser racionais? Vamos? Mentirinha. Em se tratando disso, se for racional demais estraga. Se pensar demais, analisar demais, vai pro buraco. Dá bode.

Mas que eu tenho vontade de arrastar o cara da lista B pra lista A, eu tenho!"


Adorei receber seu manuscrito, darling... o barman teve que me acompanhar até a porta e eu dormi no chão!!!! bjs

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