segunda-feira, 6 de junho de 2011

homens de marte











É sempre importante falar de amor! Senti-lo, muito mais.

De mais perto até ouço que no mais alucinado e irreverente recado ou adocicado texto que escrevo sempre está ali, mesmo que escondido, o amor!

Aproveito a chance de confessar (mais uma vez) que atos involuntários têm muito a ver com músculos involuntários correlacionados... Entendem, né?

Vai ao ar no “Interferência” dessa semana uma matéria que julguei ser oportuna visto o nosso dia de São Valentim que se aproxima!

Confrontei três casais de idades, modos e maneiras diferentes pra falar sobre seus diferentes pontos de vista sobre sentimentos e sensações! Claro que mesmo uma iniciativa como essa não dará respostas convenientes quando uma das primeiras e fundamentais lições que aprendi (e que aconselho a todos!) é que não dá pra medir ou decifrar instintos.

Digamos que por meio de um “dom” especial, posso afirmar isso! Um exercício de lógica dentro da coisa mais ilógica que existe.

Ademais, sobre o amor, é bom compreender que ele é puro instinto!

Foi fácil observar que encontrei seis pessoas com aptidão pra isso: compromisso!

Mas aí você já deve estar se perguntando: “ora bolas, mas todos não somos assim?”. E é claro que somos, mas o problema é COMO se dá o processo, e isso ninguém liga muito ou dá devida importância! Daí às lágrimas, decepção, negação, revolta e destruição o caminho se aproxima!

Alguém já se perguntou por que o final nunca é bom? A gente simplesmente só tem a certeza (inexata) que acabou porque não estava legal e mesmo num esforço pra digerir não tenta analisar! Prevalece a incomunicabilidade!

Claro que alguma coisa não foi bem, mas acho que é exatamente porque ninguém dá muita bola e não analisa o percurso que levou até o fim, que tudo degenera irremediavelmente!

Sem querer simplificar ou tirar a gravidade disso, a gente naturalmente fica puto por ter sido enganado, sacaneado, contrariado. Na tentativa de se proteger, diz pra si que tudo isso é normal, que acontece com qualquer pessoa e vai embora tentar ser feliz. Algumas vezes até tentando se esquivar do início da aptidão citada acima que naturalmente todos temos.

O processo reinicia e até funciona, quando de repente se encontra acidentalmente uma foto dentro de um livro que decidiu reler e vislumbra o que nas revistas em quadrinhos chamam de “what if?”.

Equação complicada: dúvidas + orgulho + medo x possibilidades – coragem + cotidiano.

Claro que ela não tem solução e que se for pra seguir em frente realmente, você não pode ler quadrinhos!

Todo mundo fala de quão desconhecido e misterioso é o amor, e ele pode até ser, mas a estrada até ele é que talvez não seja. Concordo que possui armadilhas, mas nada de misterioso reside nela!

“Como eu teria me saído dessa ou daquela forma?”. “Como teria sido minha vida se eu tivesse tomado aquele ou esse caminho?”. Perguntas que num certo grau são compreensíveis, porém com um pouco mais de atenção, são perceptivelmente covardes e que estimulam esse lance “além da imaginação” no amor! Puro mistério de novela do SBT.

Pare pra pensar que são mínimas as chances de você sentir o que se segue por qualquer pessoa ou por todo mundo: seu coração bater forte quando pensa nela; sentir dor de barriga com sua presença inesperada; olhar pernas, cabelos e corpos que guiem numa só direção; rir sozinho quando lembra algo peculiar; apontar imediatamente os pensamentos na direção dela se algo importante acontece; quando vê ou ouve algo especial a co-relação é imediata.

Fato: O homem não possui domínio sobre a atração pelo sexo oposto. E nem acho que consiga ter um dia. É como uma maldição que carrega, mas por menor que seja esse domínio, também é claro que não se sente essas sensações que descrevi acima por todo rabo de saia desse mundo. Claro que não! Impossível até pros mais desapegados.

Mas quando o homem enxerga a possibilidade da aventura, as células, os hormônios e músculos começam a guerrear com ele. É como se fosse um “eterno estado de paixão temporária”. Aí muitas vezes não dá pra resistir! Problema.

Some-se isso ao liberalismo feminino e não fica difícil o resultado!

E além do mais as mulheres são lindas mesmo!

Cada uma delas de uma maneira muito especial tem uma beleza infinitamente maior do que o todo de suas partes que incentivam esse desejo. E quando você tem capacidade de enxergar o que muitos não conseguem, forma-se um quadro que inevitavelmente vai se converter em várias trocas.

A beleza nefasta disso reside na escolha! A maior declaração de amor que alguém pode dar ao outro ou o pior desgosto que pode ser oferecido a alguém. Evitar ou sucumbir?

Ambas as decisões cobram preços nada fáceis.

Senhoras e senhores é isso mesmo! Se há a possibilidade de uma relação frívola, quem está lá? Quem? O homem!

Não é apenas coincidência ou obra de ficção homens como Charlie (Two and the half man), Sawyer (Lost), Luiz Mário (Malu de bicicleta), Alper (Alone) ou Hank (Californication), perfeitos espécimes de um hedonismo moderado, mas ainda assim detestável aos olhos dos outros, serem verdadeiros estereótipos do anti-herói masculino.

Ainda assim, cultuados por seus pares e até por boa parte do sexo oposto!

Sem exageros e cultos, possuo certo grau de simpatia por todos. São pessoas relativamente irresponsáveis porque existe o destemor desatinado das conseqüências, levemente volúveis, querem salvar o mundo da infelicidade alheia, aceitam o que são e como são tornando-os voluntariosos, obstinados de amor, oferecidos, reconhecem fácil as pessoas, são altruístas, fazem o mundo deles e não deixam o mundo fazê-los, instáveis, possuem um estilo definitivamente alternativo de vida e possuem pessoas maravilhosas ao seus lados, agora e certamente para sempre! Acima de tudo incompreendidos.

Você pode estar indagando que estou protegendo cafajestes mulherengos da condenação eterna da infelicidade. Estimulando a vadiagem ou a canalhice.

Você não poderia estar mais enganada (o)! De uma forma que pode parecer estranha, eles sabem melhor do que ninguém o que se anuncia ser amor verdadeiro!

Além disso, cafajestice se conecta muito mais nos que escolhem uma vida de aparências, cinismo desmedido, ausência de regras, violência e total arrogância.

Ciente desse “dito” animal que divido com eles, reconheço que acima de qualquer possibilidade ou extravagância, se não houver a condição do respeito a alguém que lhe é importante, nada realmente mais importa! Falta humanidade se assim for e, portanto, não existe amor!

Simples assim! Os homens assim o são! Afinal, isso não é recorrente nas “rodas de amigas”? Não é o que se observa no comportamento de quem nem ao menos conhecemos, mas temos direito de julgar porque é diferente de padrões? Não é quase um mantra quando o assunto são os homens e seus comportamentos que todos são iguais?

Não. Não são iguais! Na sua condição quase que inata eles se diferenciam. E a diferença é que existem uns covardes que escondem essas particularidades!

Assumir essa condição não deforma em absolutamente nada sua capacidade de amar alguém irrestrita ou incondicionalmente e muito menos ser amado com felicidade.

Pena que isso não seja de fácil convencimento.

Mesmo no meu insólito séquito de comparações, onde muito recentemente fui igualado a outro homem “especial” - falo do psicopata Dexter – nada de extraordinário possuem homens assim, além de uma capacidade intuitiva pra pequenas confusões e que por isso, normalmente são catalogados e caracterizados.

Pois bem, entrevistando os casais, percebi homens (que satisfazem o padrão) resignados pelo amor! E claro, nada de errado há nisso! Eles estão certíssimos. O mais novo acabou de entrar pela porta do comprometimento e está confortável e o mais experiente tem a sabedoria de relatar que tudo tem seu tempo!

Mesmo o 3º casal sendo homo afetivo (2 moças), fácil perceber que tudo se deu nisso que chamo “perfeita velocidade”.

Meu deus, que mistério há nisso? Eu não lhes disse?

Os homens (ou mulheres que se sentem masculinas e vice-versa) só não devem ter essa sensação de compromisso como algo que foi inspirado pela derrota, porque assim certamente irão fazer infelizes e tristes a si mesmo e seus amores! A síndrome do “não tenho aquilo, mas vou com isso”.

As mulheres, como sempre, são muito mais compreensivas e possuem as melhores qualidades quando se maneja as emoções. Pra elas é muito mais fácil admitir que sempre uma das partes ama mais – apesar de não crer fundamentalmente nessa regra imposta por elas por achar que existem tipos e maneiras de amar – são indiscutivelmente mais sábias e disfarçam um profundo nível de inteligência emocional em submissão e aceitação que engana um monte de desavisados nada espertos.

E a monotonia da convivência? Acho ser esse o maior dos medos masculinos. É como se fosse a mitológica Hidra de Lerna. Quanto você extermina uma cabeça mais outras aparecerão pra assombrar.

Imagine. É como se alguém desejasse que a pessoa que ela ama não fosse a mesma pro resto dos dias que lhe sobrarão juntos. O quê se pode esperar de um cara que ama alguém e quer que ela seja outras pessoas pra afastar o tédio da monotonia?

Viram só? Temo por nós!

Pode-se ser tão ou mais idiota com uma ferramenta de destruição em massa de relação como essa? Mas é assim que é!

Pra piorar, com o tempo os homens comprometidos passam a acreditar que se não fosse pela sua carteira no clube “U.P.S” (união para sempre), poderiam estar com outras pessoas! Isso cobra um preço no mínimo razoável para uma boa relação!

Ei garotão, já parou pra pensar que você também é a mesma pessoa todos os dias? Que a sua namorada/mulher pode naturalmente pensar em dar pro Richard Gere ou pro Rodrigo Santoro ou levar uma dedada do Johnny Deep?

E trazendo pro mundo das possibilidades plausíveis, não esqueça também que ela tem vizinhos, amigos de trabalho e imbecis (como nós somos ao estado natural) querendo meter no primeiro buraco que se dispuser!

Você ao menos imagina que leva desvantagem por ser um gênero muito menos vaidoso e cuidadoso? E que sua querida pode diariamente conviver com um neanderthal na hora da alimentação? Lavar cuecas borradas de merda,? Que ela tem que ouvir roncos e peidos insuportáveis? Que pode estar acompanhada por um desleixado que acha que não tem que impressionar e não se esforçar em manter o charme pra aquela que tem que “aturar” ou “já está no papo”?

Que numa mesma proporção que dispara seus medos de se deparar com alguém despenteada, hálito matinal, camisolas horrorosas, peitos sem muita firmeza, mesma posições e cheiros, peculiaridades desagradáveis, sua companheira também irá ter que enfrentar dissabores?

Seja um pouco mais coerente, ok Don Juan????

A coisa mais bonita no amor é a sua naturalidade. Amor é maravilha, é letra de música, é altruísmo, é riso, são meus textos, é memória e história e mais um tanto de outras coisas boas da vida.

Mas amor não tem razão. Amor é negócio. Amor dói. Amor maltrata. Amor decepciona. Amor não crê. Amor engana. Amor dissimula e por fim, o amor pode ser muito triste. E o amor é vingativo.

E mesmo observando esses aspectos sei que “o amor constrói”. Clichê real!

Digo isso porque tive que usar o óbvio e o clichê, pra falar de algo que a gente tem medo de falar e enfrentar: o amor também destrói! E temos medo de conviver com isso!

A entrevista deixou muitas lições bacanas: liberdade e confiança ainda são os principais elementos para uma boa relação; aceitar o que não se pode mudar; respeito é requisito pra boa saúde da relação; alguém tem que ceder; coisas simples como viajar, dançar ou tomar banho juntos faz uma grande diferença.

Mas realmente senti algo por dentro de verdade quando ao final da experiência, um dos casais falou com naturalidade perceptível de quem ama: “Ela é meu par e eu sou o par dela. Somos realmente um par perfeito!”

Quando se tem a capacidade de sentir isso, estamos prontos!

Todos os Charlies, Hanks ou Dexters do mundo inteiro sabem disso!

E acreditem, eles sabem quem são seus pares!

Um comentário:

Anônimo disse...

nao sei amar...