Antes do real começo, quero observar que, junto com o título “De tanto bater meu coração parou” (Fra), “Histórias de amor duram apenas 90 minutos” faz um belo par de títulos fortes e poéticos.
Você já ouviu falar de TEATRO filmado, né? Aqueles filmes arrastados, monótonos, às vezes chatos mesmo, geralmente baseados em texto teatrais ou algo que o valha!
Pois percebo de cara que esse novo filme nacional é LIVRO filmado! Mas aí você pode me perguntar: - Porra Henrique, mas é só o que tem agora: Crepúsculo, Harry Potter, Entrevista com um vampiro, etc. Sem citar outros mais importantes como Poderoso Chefão, Senhor dos Anéis, entre outros.
O que quero dizer, é que sensivelmente você vai se envolvendo, vai se envolvendo e se utilizar um tantinho de imaginação, o filme passa a impressão que é um livro que vai sendo ditado em imagens, frases e diálogos. Fica exposta essa sensação! Mais genial e algo digno de destaque, quando se faz a ligação entre o fato do personagem ser um escritor e a maneira como o filme tem esse original estilo narrativo!
INÍCIO
“Sempre tive uma simpatia especial por suicidas. Acho que foram os livros que eu li quando era mais jovem... Os filmes. Os meus heróis sempre se matavam no final. Sempre por causa de uma mulher. Mas apesar de toda essa simpatia pelos suicidas, nunca tive coragem de me matar! Sei lá... Acho que sou meio covarde. Ou então, acho que não encontrei a mulher certa”
E aí, ao aparecer a mulher do personagem de Caio Blat – muito pessoal isso - uma mulher com uma beleza inocentemente nefasta, sexualmente provocante na sua tranqüilidade e despretensiosamente charmosa, além de uma soberba capacidade intelectual, os menos incautos profetizam: “aí vem uma crônica anunciada de um desastre amoroso!”
Entendido isso, paulatinamente os níveis amorosos são expostos. A diferença entre o casal fragiliza a relação, a relativa incompatibilidade pênis X vagina, o leve desapego, o cinema separados, o terceiro corpo, a falha humana... e daí para o desastre anunciado é só esperar algo entre os 90 minutos.
Mas olha, nada assim melancólico e depressivo. Pelo contrário, até bem real e encarado com muita naturalidade pelos personagens (o que a porcaria da Globo não faz com atores talentosos!) resultado da competência dos artistas. Afinal, nada melhor do que você saber que está fazendo merda, e por isso no final vai dar merda, mesmo que você ache que não vai dar!
MEIO
“Passei o dia todo incomodado, como se tivesse um fio de cabelo engasgado no meio da garganta! É normal que uma pessoa traída fique obcecada pelo outro que roubou seu amor! É da natureza dos cornos estabelecer comparações, num processo racional pra compreender aquilo que em princípio é inaceitável: ser trocado por outro! É imperativo conhecer o adversário! Saber o que ele tem de superior, de diferente, de bom, o que ele... O que ELA tem... Que eu não tenho!”
INTERLÚDIO (histórias que não são de amor)
Meu irmão, levei uma queda hoje a tarde! Quase me lasco! Cai de cú no chão, literalmente, quando ao banhar, sai nú e todo ensaboado da porra do banheiro dos fundos, pra atender o telefone. Agora imagina essa cena ridícula. Até eu morri de rir na hora, apesar da puta dor! Na curvinha da cozinha pro cômodo que tem uma mesa de almoço/jantar (que não serve pra outra coisa senão acomodar discos, livros, filmes e outras coisas bobas e pequenas) passei direto na curva, levitei, e como não sou nenhum paranormal, não parei no ar... me espatifei no chão, entre a mesa e o móvel que guarda prato, talher e essas merdas todas! Quase pipoco minha cabeça nesse móvel, pois caí exatamente no espaço (mínimo) que existe entre os dois! Tá doendo muito essa merda!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
CONT. Confusão... O cara bola um “plano genial” pra resolver a situação desesperadora da relação e depois da ação e do resultado do plano ele pensa e pergunta pra mim/nós (platéia): "VOCÊS ENTENDERAM O QUE ACONTECEU? NEM EU..." Daí você imagina a eficácia desse paladino da conquista!!!!!!!!!!!!!
MAIS MEIO
“ - Deixa eu me explicar pra você! Deixa eu falar pra você o que está acontecendo!”
“ - Zeca, eu não tenho o menor interesse em ouvir nada que você tem pra me explicar. Na verdade, eu quero que você.... VÁ TOMAR NO SEU CÚ”
Agora imagina a que ponto chega uma situação para que aquela moça que descrevi lá em cima, culta, confiante, determinada e apaixonada (?), termine uma sentença usando um sonoro e prático: vá tomar no seu cú!
QUASE O FIM
Triste, abalado, descontrolado descabelado e quase embriagado, Zeca encontra (ou contrário) uma moça (porra louca, mas atraente) também entorpecida e ela diz uma das (senão "A") coisas mais sábias da película e que declino ao acordo. Segue:
“ - Coisa do coração, né? Cê levou um fora? Huum?
É chato né? É chato e dói!
Carinha, não fica assim não! Sabe o que? Eu tenho a cura pra isso, sabia?
Sabe qual é a única coisa que faz isso passar?
UMA FODA... FOOODA... HAHA
Sabe uma foda bem dada?Uma foda alucinante? É sério cara, confia em mim!!!!!
Pena que o filme não termina exatamente aí! Ainda restava 3 minutos de filme. Esse sim, seria um final adequado, um tanto mais crível.
Então descobri a única falha do filme: o título não era tão perfeito quanto eu pensei!
Deveria ser: “PERFEITAS histórias de amor duram apenas 87 minutos”
Aí sim, seria FODA!
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
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