terça-feira, 24 de maio de 2011

meu tipo de homem



Que se explique esse título: meu/seu tipo de homem deve ser aquele que você ALMEJA ser e não propriamente algo que você chame de seu! Explicado!

Mesmo que no índice do livro do homem independente o capitulo mais importante ainda seja “não sou de ninguém”, está mais que claro que a postura do homem moderno vem se diferenciando do antigo modelo patriarcal. E não quero aqui, mesmo usando termos como “antigo modelo” ou “moderno”, parecer uma dessas colunas “contemporâneas” que querem decifrar novos comportamentos da raça humana e estabelecer uma “nova era”.

Pra simplificar seria mais ou menos assim: se antes só existia o termo “dona de casa”, hoje acredito também no “dono de casa”.

Se antes tudo era decidido, orientado e designado pelo “macho”, um dos lemas mais famosos de história mundial agora invade os relacionamentos: igualdade, liberdade e fraternidade. E valha-me céus do homem que disso desentender!

Nada de simplificar o trinômio com acessos e exageros de frescuras como abrir porta de carro, puxar a cadeira antes do sentar, ursinhos ou outros tipos de pelúcia, mandar flores ou comprar chocolate. Até o mais sensível poeta canta que flores murcham e morrem, bombons acabam e ursos desbotam. Produzido na medida certa é somente gentileza - qualidade que nunca devemos afastar da relação - e nada mais!

Corroborando com esses novos costumes que acusam um homem mais compreensivo, companheiro, amigo e menos turrão, ouvi dia desses uma dessas renomadas sexólogas profetizando essa mudança no comportamento masculino. Sei que a profissional tem gabarito medindo-a por onde a vi – no programa de entrevista da Marília Gabriela. Desculpe por não saber o nome da especialista. Não achei importante saber, por achar que sexo não é um problema (sempre é a solução) e por nunca ouvir nada tão esclarecedor por parte deles!

De todos esses manuais e regras de ser e existir, unanimidade é que ser gentil é muito bacana – mesmo o filósofo tendo dito que toda unanimidade é burra.

Adoro servir no prato, e não satisfeito dar na boca, sentar de frente, dirigir por/pra ela, sentir vontade de só ver filme com ela, comprar filme pirata que acho que ela não deve perder porque não pude cumprir a sentença anterior, dar banho, rir de pernas finas pra demonstrar o oposto, e num certo tom, não se deve confundir malabarismos estabelecidos por anos de prática maquiada com gentileza natural e autêntica!

Dando um pequeno salto, mas falando da mesma coisa, tenho um tanto de pavor de ordem na minha casa. Mesmo assim, sinto ser capaz de algum nível de permissividade quanto a isso, mas claro, na dosagem certa e que permita responder com aquele precioso “hã?” que precede o símbolo máximo da tragédia: as “DRs”.

Meu caro, o mundo não é mais o mesmo e saiba conviver com isso. Não falo isso como uma praga. Pelo contrário! Está mais competitivo e mais divertido e só temos que entender! Não adianta desesperar! Use as novas palavras de ordem: adaptar e improvisar!

Agora me ajudem! Algo aconteceu e não consegui perceber que mudança terá acontecido nesse novo estado masculino de ser.

Nos fins de semana sem shows, Enzo vem pra cá e não raro sempre esqueço um ou outro componente de sua pequena bagagem. Como de costume, sempre procuro devolver rapidamente o que foi esquecido. Ele me ligou na manhã de segunda pra me avisar que ia fazer um comercial de TV e aproveitei a oportunidade pra dizê-lo que mais tarde iria levar o que ele (ou eu) tinha esquecido por aqui.

Antes de continuar cabe aqui uma pequena e não detalhada explicação. Sem nenhum motivo grave ou desabonador, prefiro manter um respeitoso distanciamento das “ex-” (acho aconselhável não chamar de MINHAS “ex-” porque sabe-se lá se não posso ser acusado de chauvinista por usar pronomes possessivos!).

Em alguns casos, confesso que até mudo de calçada! Mas não vá achando que é por algo mal resolvido. Pra mim se for “ex-“ já tá bem resolvido e no máximo falta avisar! Às vezes penso que esse distanciamento pode até derivar do leve descuido de ser eu um péssimo mensageiro...hehehe

Continuando... Enzo dá um recado de sua mãe pedindo que quando fosse, levasse também uns remédios que estavam no meu vizinho – que tem sobrinhos que trabalham com representação farmacêutica – e que atenderam um pedido dela!

Chegou a noite e me dirijo ao vizinho pra pegar a tal medicação antes de ir ao Enzo em favor de sua mãe. Pego a encomenda que me é entregue sem maiores cuidados de embalagem: três caixas de comprimidos lacradas.

Indo em direção à casa deles, apercebo-me que são comprimidos contraceptivos e me deu uma vontade horrorosa de rir!

Estava ali eu, de certa forma resguardando a atividade sexual saudável de uma “ex-“! Meio chato e no mínimo estranho, você colaborar com a ereção do cara que agora come a tua “ex-“... ripácaralhooooooo. Mas tava ali no meio da situação e tudo que eu podia fazer era colaborar mesmo!

Me senti uma boa pessoa, um bom homem, daqueles que na medida certa de desprendimento respeita os desejos e vontades de uma mulher, seja ela qual for e seja lá onde estiver!

Quem mais além de um cara bárbaro abastece um ninho de amor com 3 meses exatos de variações amorosas como rapidinhas, duradouras, resfolegantes, displicentes e burocráticos rituais de “esfrega-esfrega”?

Que exemplo original de homem somos e às vezes nem sabemos!

Na falta de um exemplo melhor, era como se eu estivesse dando camisinhas para um desconhecido qualquer que poderia ser o “futuro” namorado da minha atual e, portanto, futura “ex-“. Confusão anacrônica essa, hein?

Postura refratária, e, como eu aconselhei antes, adapte-se e improvise!

Igualdade, liberdade e fraternidade, afinal entenda que somos (homem e mulher) iguais na hora de trepar, queremos liberdade pra dar ou comer quem a gente deseja, e por fim, seja fraterno, colabore pra isso e acima de tudo compartilhe, seja de que maneira for!

Enfim, posso ser um novo homem?

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